sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Vingança dos Filmes B – Parte 2 (Sessão 19:30)



A Vingança dos Filmes B – Parte 2


Alguns dias atrás eu fiz uma jabá para o meu amigo Cristian Verardi sobre o seu festival que foi exibido esse final de semana (23-25 de Novembro 2012) na sala P.F. Gastal em Porto Alegre. O festival se chama A Vingança dos Filmes B – Parte 2 e infelizmente eu só conseguir ir no sábado dia 24, mas só esse dia certamente já valeu e muito. Primeiro por ter conferido ótimas produções independentes e segundo por ter quase morrido de rir de outras produções. Vou fugir um pouco da estrutura habitual do Review Maluco e vamos ver no que dá.

Sessão 19:30 Curtas I

O Solitário Ataque de Vorgon



De Caio D’Andrea esse curta-metragem paulista de 2011 com 06 minutos, conta a história do monstro Vorgan que está aterrorizando a cidade. O problema é que Vorgan está com o coração partido porque a sua companheira monstra Vorga o abandonou deixando Vorgan choramingando pelos cantos.

Com uma estética de seriado japonês tipo Ultraman e Changeman (talvez os mais conhecidos aqui) o monstro vai andando pela maquete e destruindo alguns prédios enquanto as pessoas gritam e se desesperam. Mas quando o mostro começa a chorar é de partir o coração.


Bom, vamos às notas:

Diversão
3
Tosquice
3
Trama / História
3

RANGO


Esse curta-metragem de 2007 feito por Rodrigo Portela tem 06 minutos de duração e nenhum diálogo e é extremamente divertido, principalmente por ser um Western Spaghetti. O mais legal é que ele foi filmado na zona sul de Porto Alegre (Serraria), mas poderia ser um cenário em qualquer lugar do Texas ou do Alabama. No elenco ficamos com Cláudio Benevenga, Chico De Los Santos, Dhirley Cunha e Leonardo Barison.

Temos um cara qualquer fazendo um carreteiro e quando ele já está com água na boca e vai provar aparece outro cara por trás e ponta uma arma para ele. Esse novo cara amarra e amordaça o dono do carreteiro e se prepara para se deliciar com o suculento arroz com carne. Então aparece outro maluco e depois outro e o território se transforma em uma luta de três homens pelo carreteiro sagrado. Agora o final é de morrer de rir.


Bom, vamos às notas:

Diversão
4
Tosquice
2
Trama / História
3

Morte e Morte de Johnny Zombie


De Gabriel Carneiro esse curta-metragem de 2011 com 14 minutos tiveram no elenco Joel Caetano, Charlene Chagas, Ana Luíza Garcia e mais umas figuras. A história conta um dia na vida de Johnny, um empregado de uma indústria que acidentalmente inala um gás supostamente inofensivo. Ele vai para a casa e é lembrado por um amigo que o dia em questão é o encontro mensal dos amigos e da cerveja. Na noite Johnny recebe os seus amigos, mas todos notam que ele não está muito bem fisicamente, mas o que importa é a festa e o trago. Só que durante a noite Johnny vai morrendo e um bizarro apetite por carne humana aflora no pacato empregado industrial.

O filme não é mal feito, mas eu acho que já estou meio que de saco cheio de coisas sobre zumbis que acabei não gostando desse aqui. Pode ser que seja apenas rabugentisse da minha parte, mas vai saber.


Bom, vamos às notas:

Diversão
2
Tosquice
3
Trama / História
1


Sangue e Goma


Dirigido pela linda Renata Heinz esse curta-metragem de 2011 e com 14 minutos de duração é uma clara homenagem ao cinema de gênero e de todos os seus clichês. No elenco temos Rafaela Cassol, Leonardo Machado, Beto Mônaco, Thiago Tavares, Jade do Anjos, Reinhard Altmann e Willie Malavolta E Silva.

Na história temos uma ambientação nos anos 20 ou 40 e uma mulher que está andando por uma cidade é perseguida por um sujeito ameaçador. Por todos os cantos que essa assuntada mulher olha, a morte está rondando.

Tem uma cena muito estranha, mas muito bacana. Mesmo com a minha rabugentisse contra zumbis essa cena não me revoltou, por causa da sua total estranheza. A mulher está em um escritório e no fundo tem uma porta dupla se vidro, mas fechada. Tem também um móvel, tipo um arquivo morto e no topo um gato. De repente passa pela porta dois zumbis e o gato ficou de olho o tempo todo, parecia até adestrado, mas depois descobrimos que não, era somente o seu instinto de atuação falando mais alto. O bacana é que teve um bate-papo depois da sessão e um cara da platéia perguntou para Renata o porquê dos zumbis. Todo mundo deu risada, porque acho que todos queriam perguntar e ninguém teve a coragem. Inclusive Felipe Ferreira (diretor do Nove e Meia) era o que mais ria, porque ele falou: essa pergunta tava entalada na garganta, mas eu estava com muita vergonha de perguntar.


Bom, vamos às notas:

Diversão
3
Tosquice
2
Trama / História
2

 Vontade


Dirigido e roteirizado pela bela Fabiana Servilha esse curta-metragem atormentador de 2011 com 10 minutos de duração é muito DUUUU MAAAAAALLLLLL. No elenco temos Alexandre Rabello, Marina Ballarin e Douglas Domingues e uns figurantes. Temos Luis, que no meio da madruga o cara acorda meio desesperado e sai de casa em busca de alguma coisa. Ele fica andando de carro pelas ruas de São Paulo até entrar em um mercadinho 24hs. Lá ele olha várias coisas, mas por uma razão ainda desconhecida nada dali lhe agrada. Então de volta ao carro ele encontra um carinha que está andando pela madrugada, como ele. Luis desce do carro e “seqüestra” o carinha, colocando-o no porta mala do carro. Vou parar de contar para não estragar a surpresa desse thriller, mas posso garantir para os amigos, é DUUUU MMAAAALLLLLLL.
Não achei trailer do Vontade na internet, achei somente um making of dele, então vou colocar esse link mesmo.


Bom, vamos às notas:

Diversão
4
Tosquice
1
Trama / História
5


Nove e Meia


Esse curta-metragem gaúcho de 2012 teve a direção de Felipe Ferreira e tem 20 minutos de duração, até um pouco longo para um curta, mas tu não ver o tempo passar. No elenco temos Rafael Tombini, Leonardo Machado, Herlon Holtz e outros. Esse curta foi feito em cima de um conto do Rubens Fonseca e para quem não conhece o cara, talvez atualmente a obra mais conhecida dele seja o personagem Mandrake, que virou série na HBO, sendo interpretado por Marcos Palmeira. Um ótimo livro dele é o Agosto, que mistura fatos históricos com um bom romance.

Em Nove e Meia temos um homem que entra em depressão depois que é vitima de um atropelamento onde nessa naba a filha dele acaba morrendo. O cara ao invés de seguir sua vida ele tenta buscar forças na vingança e no ódio, porque o cara que atropelou e matou a sua filha fugiu do local e a policia não está conseguindo solucionar o caso.

Temos muito poucos diálogos no filme, mas na boa que ele poderia até ser mudo, porque ele é carregado de um visual que deixa o filme muito rico em detalhes. O problema é que ele tem um final trágico e dramático, mas isso nunca impediu ninguém de ver um filme.


Bom, vamos às notas:

Diversão
3
Tosquice
1
Trama / História
4

Rigor Mortis

Chegamos ao final do primeiro dia do festival e encerramos com chave de ouro. Eu tinha que ter ido embora bem antes desse curta, mas o Cristian insistiu para que eu ficasse e ainda bem que eu fiquei. O curta-metragem de 2012 teve a direção Fernando Mantelli e Marcello Lima tem o tempo de 20 minutos também. Até foi comentado no bate-papo que isso é uma barreira para o filme ir para festivais e o Rigor Mortis tem outro problema ainda (pelo menos não para mim) é que ele é meio que putaria, cheio de palavrão e é DU MMAAAALLLLL. No elenco temos Daniel Bacchieri, Renata de Lélis, Morgana Kretzman e Patrícia Soso.

A história é baseada em uma lenda urbana que eu já ouvi de três pessoas diferentes. A lenda é de uma mina que vai ao ginecologista porque está com uma pereba fudida na pepequinha. Depois dos resultados dos exames se confirma que ela está com uma infecção, mas o problema é que essa bactéria só é encontrada em carne humana morta. Então eles falam com a policia e todos vão para o apartamento do namorado da mina, que na real tinha uns três cadáveres lá dentro. É uma história clássica, mas que o pessoal do filme resolveu dar uma modificada e apimentada na coisa.

Então temos um marido que vai jantar com a sua noiva e os pais dela, mas o problema é que ele vai ter que 
antes fazer um happy hour com uns clientes da firma, mas que no horário marcado ele vai estar lá. Agora a câmera da uma abertura e aparece que os clientes do happy hours são na realidade duas gostosas que ele vai levar para um motel para dar um piço. Mas isso não é traição é apenas uma prestação de serviço, seria a mesma coisa que ir ao dentista ou ao médico, pura prestação de serviço. No outro dia ele chega em casa e a noiva deixou um post it na geladeira que esta na academia, então ele aproveitou e ligou para a sua amante para marcar uma ponte. Admito que agora não tem defesa, é adultério e é traição, amante é foda, prestação de serviço é outra coisa.

O problema é que dias depois começa a sair uma gosma verde do pau do cara e agora Genésio? A coisa vai ficando mais densa e sinistra para o filme. Tem ainda mais uma cena de putaria que esse não da para contar, mas é DUUU MMAAALLLLLLL. Ótimo curta e esse papo de que 20 minutos é muito tempo, se a coisa for nesse ritmo podia ter um mês de filme que eu não ia me importar, mas que fique bem claro que é pela putaria e não pela bizarrice. 

Bom, vamos às notas:

Diversão
5
Tosquice
2
Trama / História
4


Parabéns para todos as pessoas envolvidas nos filmes exibidos e um parabéns especial para o Cristian por ter realizado esse ótimo festival. Que venha a parte 3.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A Vingança dos Filmes B – Parte 2 (Sessão 17:30)



A Vingança dos Filmes B – Parte 2

Alguns dias atrás eu fiz uma jabá para o meu amigo Cristian Verardi sobre o seu festival que foi exibido esse final de semana (23-25 de Novembro 2012) na sala P.F. Gastal em Porto Alegre. O festival se chama A Vingança dos Filmes B – Parte 2 e infelizmente eu só conseguir ir no sábado dia 24, mas só esse dia certamente já valeu e muito. Primeiro por ter conferido ótimas produções independentes e segundo por ter quase morrido de rir de outras produções. Vou fugir um pouco da estrutura habitual do Review Maluco e vamos ver no que dá.

Sessão 17:30 Trash’O’Rama

Cachorro do Mato

Esse curta-metragem do Espírito Santo com a duração de ótimos 15 minutos teve a direção, produção, edição, atuação e qualquer outra coisa de Mauricio Ribeiro Junior. O resto do elenco são os amigos que estão sempre dispostos a pagar um King Kong.

Temos na história um casal qualquer que mora em um sitio ou chácara e descansam a sobra numa tarde ensolarada. O magrão vai dar uma mijada e é atacado por alguma coisa, que depois rapidamente ataca a mulher, matando-a ali mesmo. Ainda não tem como saber o que mataram eles, porque quando foi para aparecer a criatura à câmera fica em primeira pessoal.

Vinte anos depois um cara gente boa convida os seus amigos para passar um final de semana agradável em um sítio/chácara que ele acabou de comprar. Então temos aquelas conversas clássicas de “foi difícil chegar aqui?” ou “nem é tão escondido assim né” e um dos caras fica espantado com o tamanho do lugar e afirma que deve ter sido uma fortuna. Então o dono do lugar diz que eles nem vão acreditar no calor, ele até com fica com vergonha e nem diz o preço, mas ele afirma que foi muito barato, mas muito mesmo.

Logo o gordinho paranóico acha que se foi muito barato para uma propriedade tão boa é porque alguma coisa está errada e é claro que está, porque tem um cachorro do mato assassino a solta. Eu acho que cachorro é uma palavra muito forte para definir o animal e eu acho que animal também é uma palavra muito forte para descrever aquilo. Na real era a mesma coisa quando tu jogava Atari, porque tu tinha que imaginar as coisas, porque era uns quadrados amontoados e tu tinha que forçar a imaginação para entender que aquilo era uma aranha ou um cactos ou um boxeador. A idéia aqui é a mesma coisa, porque tu tens que acreditar que é um cachorro, porque para mim mais parecia uma pichorra de uma mini ovelha preta ou no máximo de um poodle muito feio.

Daí para frente à coisa fica hilária, porque é a pichorra matando todo mundo e das maneiras mais engraçadas possíveis, até dentro da piscina e depois pulando de dentro da piscina para matar uma mina que ia sair correndo. Para quem não acredita ou acha que eu estou exagerando segue abaixo o curta na integra.



Bom, vamos às notas:

Diversão
4
Tosquice
5
Trama / História
2


Amarga Hospedagem


Essa inacreditável produção teve a direção de Claudio Guidugli que se eu contar tu não vai acreditar. O filme tem a duração de 60 minutos e Claudio filmou tudo com uma cyber-shot e editado em um programa de PC qualquer, mas cara isso na é para desmerecer o filme bem pelo contrário. Se derem uma câmera boa, grana e um pouco de noção para o cara ele vai dominar o mundo. Posso estar sendo meio repetitivo, mas é simplesmente inacreditável a qualidade do filme e isso me surpreendeu muito. Ele é um filme trash sim, mas um bom filme trash e ainda por cima filmado em Roca Sales que é uma cidade no interior do Rio Grande do Sul que tem um pouco mais de 10 mil habitantes. O filme ainda tem Roberto de Paula, Franciele Cacimiro e mais algumas pessoas que infelizmente não sei o nome agora, mas eles deveriam ser mencionados com certeza.

Eu poderia resumir o filme dizendo que é um Massacre da Serra Elétrica do Vale do Taquari, mas não ia ter a mesma graça de contar os detalhes. Na história temos uma moça que precisava de uma grana e foi em um agiota pikareta que prontamente emprestou o dinheiro com juros pornográficos. Só que como a moça estava precisando, não havia muita opção se não pegar o empréstimo. O problema é que quando ela sai do lugar e vai indo para casa uns motoqueiros começam a seguir a jovem. Ela apavorada entra em um taxi e pede para o motorista apenas seguir em frente, mas já era tarde. Os motoqueiros sacaram o trabuco e levaram a grana. Então depois a moça vai até o agiota pikareta para pedir um prazo só que o cara não sede aos encantos da moça e diz que não tem como dar mais prazo e que ela tem que dar a grana no dia combinado.

No desespero a moça chama dois amigos e montam um passeio de bicicleta pelo vale para arrecadar uma grana. Eu sei que não deveria dizer passeio de bicicleta que o correto seria uma trilha de mountain bike, mas eu sou velho e passeio de “bice” era como eu chamava. Mesmo com muita divulgação apareceu somente mais um cara, fechando um grupo de quatro pessoas. Já que fudeu mesmo pelo menos vamos dar uma banda de bike. Durante o passeio um dos abobados caiu barranco abaixo e machucou feio a perna. Quando os outros três se dão conta que o cara sumiu, eles voltam para procurar o carinha. Depois de localizar o vivente e notar que a sua situação é periclitante, os três resolvem procurar ajuda nas propriedades rurais nos arredores.

O azar deles é que a fazenda que encontram é de um psicopata que transforma as pessoas em lingüiça e as vende na cidade. Agora se da inicio ao pesadelo dessas três pobres almas inocentes. Na real não são tão inocentes assim, porque quando o fazedor de lingüiça vai dar uma girica nas mochilas das pobres almas, ele encontra umas tocas ninja e duas pistolas e quem é que vai dar um passeio de bicicleta com toca ninja e pistola? Charles Bronson ou aqueles paranóicos do Vietnam só se for.

Como o filme tem orçamento zero ou quase isso, tu filma com o que tem disponível e quando tu vai fazer uma cena de tiroteio e a única coisa que tu tens é munição de verdade, porque tu não tens grana para comprar festim, vai munição de verdade mesmo. O cara é maluco, porque tem uma cena que a nossa heroína, que é namorada do diretor também, está atrás de uma árvore e o fazedor de lingüiça atira nela. O detalhe é que é uma arvore modesta, não é uma sequóia ou uma figueira de dois mil anos, é uma arvorezinha qualquer e o cara mete bala na mina, muito sem noção. Ou tipo a mina está “protegida” atrás de uma porta e o cara da tiro na porta. Agora tem uma cena do arremesso do machado que sai girando foi muito bem feita, realmente genial, apesar do cara quase perdeu um dedo também, mas genial de qualquer maneira.

Outra coisa que tem que ser mencionada é a trilha sonora. Cara quando o fazedor de lingüiça sai atrás da nossa heroína no meio da mata e de fundo vem a musica do Conan, escorreu uma lágrima, muito bala. Temos Slayer, Metallica, Krisium, Jaw, Último dos Moicanos e mais uma dúzia delas que aposto que foram pagos todos os direitos autorais necessários para a sua reprodução no filme.

Parece que tem uma locadora de filmes de Roca Sales que tem em seu acervo os filmes independentes da cidade, para quem quiser alugar. Isso é que é exemplo para esse pessoal da capital. Não é porque o Cristian Verardi ajudou na produção do filme que e estou falando bem, é que realmente me surpreendeu muito essa produção totalmente independente, com atores amadores e orçamento zero. Parabéns a todos envolvidos.




Bom, vamos às notas:

Diversão
5
Tosquice
4
Trama / História
4