Godzilla / Cozzilla 1977
Como eu nunca tinha visto a
versão americana do clássico japonês Gojira, resolvi dar uma chance para versão
que Luigi Cozzi fez, mas vamos separa por partes para não nos perdermos. Gojira
é um filme de 1954 que se tornou uma obra prima com o auxilio de quatro pessoas
a meu ver. Primeiro temos a direção de Ishiro Honda que fez mais uma dúzia de
filmes de monstros ajudando a cunhar a expressão KAIJU (monstro gigante) no
Japão. A segunda pessoa foi o produtor Tomoyuki Tanaka, que acreditou nesses
malucos e colocou dinheiro no que poderia ter sido um grande fracasso e se
tornou uma das obras mais Cult japonesa. A terceira pessoa foi o compositor
Akira Ifukabe que deu uma realidade descomunal para os rugidos do mostro
mutante. Dizem às lendas que ele fez os barulhos do monstro utilizando uma luva
de couro revestida de uma resina ungida pelos deuses e ficava subindo e
descendo as cordas de um contrabaixo e reverberando o som gravado. A quarta
pessoa foi o lorde japonês do efeito especial Eiji Tsuburaya, o pai do
ULTRAMAN.
Em 1956 os americanos que não
conseguem ver ninguém fazendo mais sucesso que eles, compraram os diretos do
filme e fizeram a sua versão, chamada Godzilla, King of the Monsters. Até ai
tudo bem, se não fosse o fato de eles mudarem o filme. Os americanos
introduziram um personagem no meio da historia japa chamado Steve Martin, um
repórter que está no Japão e relata para o United World News o ataque da
lagartixa superdesenvolvida. Esse repórter foi interpretado por Raymond Burr
que também é conhecido como o protagonista daquele seriado da TV chamado
Pedemaisum. É Perry Mason... Na real esse Godzilla é o avô dos Power Ranges,
feito pelo odioso Saban que eu amaldiçôo.
E eu quero pedir desculpas públicas
para Luigi Cozzi que deve ter ficado com as orelhas muito vermelhas e
espirrando sem parar por uma semana mais ou menos. Porque como eu nunca tinha
visto a versão americana eu achei que tinha sido Cozzi que colocou esse esquema
do repórter e também o amaldiçoei assim como o odioso Saban. Então DESCULPA
Luigi Cozzi. Então qual foi o mérito de Cozzi nesse filme de 1977? Primeiramente
vamos explicar quem é Luigi Cozzi.
Luigi Cozzi é um clássico
italiano bonachão que já dirigiu e escreveu alguns clássicos do cinema como
Hercules do Lou Ferrigno, Contamination, The Killer Must Kill Again e Paganini
Horror. Se bem que o Paganini Horror não é um clássico, mas é bem legal. Ele se
diz um grande fã de Godzilla e ele tentou comprar os direitos do Gorija, mas
ele só conseguiu a maldita cópia americana. Só que como italiano é cabeça-dura,
eles não tinham porque ir ao cinema assistir um filme preto e branco que já
tinha sido visto por todos, foi ai que entrou a genialidade de Cozzi. Ele
chamou Armando Valcauda e deu uma holy mission, utilizar uns géis coloridos e
colocar isso no negativo do filme, quadro a quadro para deixar o filme
colorido. O nome do efeito é Spectrorama 70, o efeito deixa o filme com muito
brilho e que eu devo admitir que deve ter dado um trabalho fudido para fazer,
mas o problema é que a cópia que chegou ao festival era do próprio Cozzi,
ripado da TV italiana. Então ao invés de deixar o filme com muito brilho e
colorido, acabou ficando um grande borrão com cores, mas tipo uma de cada vez.
Principalmente amarelo, vermelho e verde, mas como falei um de cada vez. Também
admito que o comercial de uma loja de departamento no meio do filme deu um
charme especial, só que o borrão e a qualidade do TVRip comprometeram a
diversão.
Outro mérito de Cozzi foi ter criado
novos efeitos sonoros e trilha para o filme juntamente com Magnetic System. Foi
utilizada uma coisa chamada Futursound que basicamente consistia em processar o
som estereofonicamente e transformar em uma versão estérea magnética 8-tracks e
transmitir em umas caixas de som com 10 metros de altura e espalhada por todo o
cinema. O que realmente isso significa eu não tenho idéia, mas o que importa é
que cada vez que Godzilla rugia ou caminhava o cinema tremia todo, que deve ter
sido a coisa mais dukaralho da história. É claro que no Cine bancários não
tinha esse efeito, então assistimos um filme borrado e estéreo.
Já que a versão americana já
tinha cenas extras desse repórter, Cozzi tomou a liberdade e colocou outras
cenas, mas pelo menos as deles foram legais e teriam sido muito mais se fossem
introduzidas no filme original. As imagens eram do pós 2º GG, com o Japão
arruinado por causa das duas bombas atômicas. São imagens de noticiários
relatando a real destruição da guerra e o lastro de morte causado pela bomba H.
A história básica do Cozzilla é
que uma criatura mutante pré-histórica surge do fundo do mar depois do terror
nuclear e começa a destruir o Japão impiedosamente. O exercito japonês nada
consegue fazer contra o poder da lagartixa gigante, até que um cientista cria
um composto que consegue retirar o oxigênio da água matando qualquer coisa que
fique no local e isso inclui o nosso jacaré-de-parede anabolizado. No meio de
tudo isso tem o repórter Steve Martin que fornece para o mundo um relato estilo
Gil Gomes do que está acontecendo na hora.
Os 90 minutos de filme foram uma
experiência única que acredito que a pessoa que nunca viu o filme original ou o
americano, deve ter ficado meio perdida em várias partes. Porque o borrão
tomava conta e deixava a coisa confusa. Só que uma coisa é certa, quem não viu
perdeu uma apresentação única do filme. Só para reforçar, DESCULPA Luigi Cozzi,
mas desculpa por pensar que tu foi o único responsável por modificar o filme,
mas eu não te desculpo por ter me contato antes da sessão que tinha super
efeito do terremoto e que eu não ia sentir. E o pior é que paguei para assistir
um borrão de um TVRip que não tremia... mas foi bacana.
Bom, vamos às notas:
Diversão
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2
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Tosquice
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3
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Trama / História
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1
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