quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A Noite do Chupacabras



A Noite do Chupacabras


Lançado em 2011 esse incrível filme independente nacional de baixo orçamento teve a direção e roteiro de Rodrigo Aragão que também fez o grande Mangue Negro, que irá ganhar um review em breve. No elenco temos Mayra Alarcón, Ricardo Araújo, Petter Baiestorf, Joel Caetano, Jorgemar de Oliveira, Kika de Oliveira, Walderrama dos Santos, Margareth Galvão, Markus Konká, Eduardo Moraes, Fonzo Squizzo, Alzair Vaillant, Cristian Verardi e Milena Zacché. Resolvi colocar todos por uma questão de respeito ao trabalho que esse povo fez, mas eu tenho que destacar duas pessoas. Petter fazendo papel de um cangaceiro psicopata e o Cristian de maluco do saco é simplesmente de roubar o filme, mas depois entramos nos detalhes. O site do IMDB diz que o orçamento do filme ficou estimado em 160 mil Dilmas e na boa que talvez até tenha sido, mas achei que era menos.


Na história temos Douglas Silva que está voltando para a sua terra natal para visitar a família e apresentar a sua esposa grávida Maria Alicia para o clã dos Silva. Chegamos em ritmo de festa, com a matriarca da família fazendo uma feijoada das mais violentas para esperar o seu filhinho querido que foi para a cidade grande estudar medicina e virar “doutor”. Só que tem alguém que não está de festa, o patriarca do clã Silva está de luto porque o seu cachorro de estimação foi atacado na noite anterior por uma criatura. Junto com o cachorro os Silvas já encontraram mortos vários animais ao longo do mês, galinhas, porcos e CABRAS, por isso o patriarca está muito preocupado. Maria Alicia está tentando agradar a sogra, mas a pobre moça não está tendo sorte, porque no inicio do almoço a matriarca da família está amaldiçoando a família Carvalho e Maria Alicia diz que isso é muito feio, que isso volta para a família que desejou o mal da outra. O problema é que Maria Alicia não faz idéia da briga que existe entre os Carvalhos e os Silvas. 


Parece que há algum tempo atrás todas as terras da região eram dos Silva e tudo era muito bonito e com pompom cor-de-rosa até a chegada dos Carvalho. O patriarca da família Carvalho queria comprar as terras do compadre Silva com um saco cheio de moedas de ouro, só que o seu Silva não quis vender e pediu para o seu Carvalho ir embora da suas terras. Só que quando ele foi embora ele foi morto e o saco com a grana não estava mais com ele. Então entra em cena Ivan Carvalho (Petter) que é um sádico e psicopata que jurou matar todos os Silvas por terem matado o seu pai. Quando a coisa ficou feia e o patriarca Silva viu que os seus filhos iam morrer, ele fez um acordo com os Carvalhos de dar a terra toda em troca de uma trégua e assim a coisa vai até hoje.


Estando tudo esclarecido, os irmãos de Douglas o convidam para ir até o buteco da cidade para vender umas carnes e tomar umas pinga. O problema é que ao invés de vender a carne de porco que tinha sido combinado, os espertos vendem a carne da cabra que já estava morta fazia uns dias e ainda morta por alguma criatura desconhecida. Agora o que está feito não tem mais volta, mas para piorar a situação dos Silvas, enquanto eles bebem a pinga quem é que entra no bar para beber e comer um petisco? O clã Carvalho. Como a carne tava podre imagina o que aconteceu? Uma sessão antológica de vômitos que coloca o exorcista no bolso. Como o dono do buteco colocou a culpa na carne dos Silvas a pancadaria começou. Depois de apanhar muito os Silvas conseguem fugir, mas no meio do caminho eles encontram o corpo do pai deles morto e ensangüentado. Eles acham que foi obra dos Carvalho, logo a guerra está armada para as duas famílias.


O único detalhe é que junto com a guerra tem uma criatura maligna que foi responsável pela morte dos animais do clã Silva e também foi responsável pela morte do patriarca da família. Então se duas famílias em guerra já era bom, agora com um Chupacabras junto ficou melhor. Isso tudo acontece em uma hora de filme, significa que ainda tem mais 50 minutos de carnificina, sangue, gore e mais sangue. O bacana é que cada vez que o Petter entra em cena ele rouba todo o crédito, principalmente na parte em que ele arranca a cabeça de um Silva ou quando ele está caçando o Chupacabras. Outra parte impagável é o confronto dos personagens de Petter e de Cristian.


Cristian faz o folclórico velho do saco, que anda pelas matas colocando tudo o que importa no seu saco. Só que ele está com fome e acaba matando um Carvalho, que ainda é virgem, para comer e aproveitar o sangue e fazer algum ritual. Ai ele puxa do saco o Necronomicon. É aquele que aparece nos filmes do Evil Dead e que está em várias obras do H.P. Lovecraft. Agora quando Cristian pego o livro e grita: “KLAATU BARADA NIKTO” eu quase morri de tanto rir. Esse é o encantamento que Ash Willians tem que pronunciar no Army of Darkness. Não lembra? Está aqui o link então da atuação do grande Bruce Campbell.


Posso até estar enganado, mas acredito que o Necronomicon que aparece no filme é a cópia que o próprio Cristian tem, comprado diretamente com o Kapeta em suaves prestações de uma alma ao longo dos anos. Uma coisa que tem que ser comentada também é a qualidade do chupacabra. Não é só um monstro de roupa de borracha qualquer, é muito bem feito. Toda a atuação do monstro também é impressionante, porque é certo que Walderrama quando acabou o filme ele ficou com a coluna torta de tanto andar curvado. 


O filme não paga pau para nenhum filmeko hollywoodiano e mesmo sendo feito com baixo orçamento é impressionante o padrão de qualidade dele. Sem falar nos atores que são bons, diferente de outros filmezinhos que se vê por ai. São 95 minutos de pura macheza brasileira. Para a minha felicidade, li hoje que o filme foi lançado no Japão e isso é para todas as pessoas que acham que fazer merda não leva a lugar nenhum. Parabéns para a Fabula Negra e todos os envolvidos no filme.


Bom, vamos às notas:

Diversão
5
Tosquice
5
Trama / História
2




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