quinta-feira, 30 de maio de 2013

IX FANTASPOA - Dawn of the Dead

Dawn of the Dead – Despertar dos Mortos

Estamos diante de um clássico absoluto do cinema de terror. Esse filme foi lançado em 1978 e teve no roteiro e na direção ninguém menos que George A. Romero. Muitas pessoas afirmam que ele é o pai do Zumba moderno, aquele que é lento, burro e precisa apenas um bom pedaço de carne viva para ser feliz. Romerão é responsável por vários filmes “alguma-coisa of the Dead”, como Day, Land, Night, Survival, Diary of the Dead. Inclusive esse último é uma cópia do grande Cannibal Holocaust, mas isso nós vamos deixar para outro Review Maluco. Além desses filmes, Romerão também escreveu e dirigiu clássicos como Season of the Witch, The Crazies, Knightriders, Monkey Shines, entre outros. Ele até fez dupla com outros dois mestres do cinema de Horror. Ele Trabalhou junto como Stephen “pai deles” King no Creepshow e com o mestre Dario Argento no Due Occhi Diabolici (Dois Olhos Satânicos). No elenco principal do filme temos David Emge (Hellmaster, Basket Case 2), Ken Foree (Devil’s Rejects, From Beyond), Scott H. Reiniger (Knightriders, Dawn of the Dead 2004), Gaylen Ross (Creepshow), David Crawford (Lady Beware, Sabbath), David Early (Creepshow, Knightriders) e Richard France (The Crazies, Graveyard Shift). No elenco também temos o próprio Romerão, fazendo o diretor de TV e um dos Punks que atacam o shopping. Se vocês lembrarem tem um deles vestido de Papai “velho batuta” Noel e esse é o Romerão. Outra figura carimbada que atuou e fez os efeitos especiais do filme foi o mestre Tom Savini que já apareceu aqui no Friday The 13th e no Blood, Boobs & Beast. O filme foi feito com o valor estimado de 600 mil Obamas e conseguiu arrecadar 55 milhões de verdinhas. Agora da para entender o porquê tem vários “alguma coisa” of the Dead?


Seguindo os eventos zumbizescos do Night of the Living Dead, iniciamos o filme em um estúdio de televisão onde um programa de entrevista está sendo transmitido. As duas pessoas ficam discutindo e filosofando sobre os mortos estarem voltado a vida. Então um dos dois começa a falar que se você for mordido vai se transformar em um deles, que a única maneira de para-los é atirando no cérebro e que eles são movidos pelo simples desejo de alimentação, sem emoções e sem escolhas, somente o alimento é importante para as pessoas que voltaram à vida. Claro que hoje para nós isso é um assunto batido, mas em 1978 não era. Durante o bate papo a coisa se torna caótica, porque ninguém mais quer saber de transmitir e todos querem ir embora, mas como sempre tem o pessoal que acredita no true jornalismo e a coisa vai indo de qualquer jeito.


Agora surge um carinha de jaqueta de couro e com um cabelo estiloso (Stehen) que me lembrou de Steve Rhoades, o vizinho de Al Bundy do Married... with Children. Ele fala para uma das moças (Gaylan) que estão no estúdio, para ela se aprontar que as nove horas estar no terraço do prédio que ele vai fugir com ela de helicóptero. Logo depois uma força tarefa da polícia que está em um cerco á um prédio, onde alguns porto-riquenhos fizerem alguns reféns por algum motivo que realmente não é importante para a intriga. O que temos que ter em mente é que o bala come solta e em algum momento, uma das pessoas mortas volta à vida e o resto é história. No meio da confusão, Roger (Scott) encontra Peter (Ken) e durante um crivo amigo Roger conta que tem um amigo que tem um helicóptero e que eles vão dar no pé e é claro que Peter não é louco e vai junto.


Fechamos o nosso grupo com dois policiais, uma repórter e o piloto que os policiais resolveram dar o carinhoso apelido de flyboy. Eles saem sobrevoando vários locais, mas efetivamente eles não têm um plano formado e é claro que a gasolina está na unha. Eles resolvem parar em uma estação de reabastecimento com a esperança de encontrar combustível e mantimento. Eles até encontram, mas é obvio que existe um ônus nisso tudo, ZUMBAAAASSSSSSS. Depois de matar e fugir, o desespero bate nos ombros dos nossos heróis até que eles visualizam um oásis no meio da bagunça, um Shopping Center.


Dentro do shopping existem alguns mortos-vivos, mas nada com que eles possam se preocupar. Eles ainda dão o maior pé quente, porque no backstages do shopping eles encontram um caminhão de caixas com alimentos, medicamentos e provisões. Então agora é só cuidar dos Zumbas que estão de bob’s por ali. O quarteto consegue uns caminhões para fazer umas barricadas nas entradas principais e como dentro do shopping tem uma loja de departamento, que seria uma mistura de Leroy Merlin com Wallmart (God Bless America) e uma loja com armas e munições (God Bless America again) o resto está garantido. Existe até um fliperama no lugar, eu podia morar lá também.


Se tudo está indo tão bem, o que é que acaba acontecendo para abalar in statu quo res erant ante bellum? Acontece a maior praga que os anos 70/80 já viram: OS PUNKS. Mas não os punks convencionais, são aqueles DUMAL que estão nos filmes pós-apocalípticos ou de gangs ou nos clips do Micheal Jackson. Então agora é lutar contra zumbis e punks e que vença o melhor.


A trilha sonora do filme inicialmente foi composta por uns caras quaisquer que realmente não tem importância. O que temos que saber é que era ruim. Como Dario Argento foi consultor para assuntos aleatórios do filme, ele sugeriu que ao invés da trilha que tinha sido feita, o melhor era chamar uma gurizada psicodélica para fazer uma nova trilha. Foi assim que Goblins entrou na trilha sonora do Dawn of the Dead. Durante a primeira semana do FANTASPOA tivemos o privilégio de ter em alguns filmes a presença do fundador dos Goblins Claudio Simonetti, que foi um dos homenageados do festival. Para quem não sabe, Claudio é filho do grande maestro Enrico Simonetti, que tinha um programa na extinta TV Excelsior chamado Simonetti Show. Como Dario Argento e Goblins já tinham trabalhado juntos em Profondo Rosso (Prelúdio para Matar) e Suspíria a indicação para o filme do Romerão foi muito bem colocada.


Existe uma polêmica sobre um suposto final alternativo, que não vou falar aqui para não me acusarem de ficar dando spoiler. O fato é que Tom Savini afirma que foi filmado esse final e que seria muito dukaralho se fosse ele, mas parece que Romerão ficou cagado com a repercussão que o famigerado final poderia causar e deixou um final focado na esperança. Existe um documentário que mostra declarações do próprio Romerão falando que existem as tais cenas, então eu não entendo porque que ele nega o assunto.


Uma coisa que eu realmente não me lembrava, mas existe uma adaptação para videogame do filme. Quem achou que o jogo era para PS One ou SNes se enganou feio. O pitoresco jogo foi lançado para Atari e o bacana é que você tem que usar todo o seu poder imaginativo para acreditar que você está atirando em zumbis. Na verdade não é um jogo original, ele é um hack do jogo Worm War I, mas como o Atari era uma plataforma aberta e não existia essa preocupação com pirataria, um fã modificou o jogo. Se você não acredita vou colocar aqui o link se estiver interessado em dar uma jogada.


Em 2004 o senhor Zack Snyder que foi responsável por 300, Watchmen e Sucker Punch e está responsável pela direção do novo filme do Homem de Aço, fez um remake de Dawn of the Dead, mas o filme tem um clima bem diferente desse aqui. Os 127 minutos do filme clássico são obrigatórios para qualquer pessoa que se diz fã de zumbis. Claro que tem que levar em consideração a época, porque como não tinha muitos recursos de efeitos especiais, os zumbis eram confundidos com Smurfs, porque todos eram meio azuis, bons tempos...


Bom, vamos às notas:

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Tosquice
2
Trama / História
3




segunda-feira, 27 de maio de 2013

IX FANTASPOA - Cozzilla

Godzilla / Cozzilla 1977

Como eu nunca tinha visto a versão americana do clássico japonês Gojira, resolvi dar uma chance para versão que Luigi Cozzi fez, mas vamos separa por partes para não nos perdermos. Gojira é um filme de 1954 que se tornou uma obra prima com o auxilio de quatro pessoas a meu ver. Primeiro temos a direção de Ishiro Honda que fez mais uma dúzia de filmes de monstros ajudando a cunhar a expressão KAIJU (monstro gigante) no Japão. A segunda pessoa foi o produtor Tomoyuki Tanaka, que acreditou nesses malucos e colocou dinheiro no que poderia ter sido um grande fracasso e se tornou uma das obras mais Cult japonesa. A terceira pessoa foi o compositor Akira Ifukabe que deu uma realidade descomunal para os rugidos do mostro mutante. Dizem às lendas que ele fez os barulhos do monstro utilizando uma luva de couro revestida de uma resina ungida pelos deuses e ficava subindo e descendo as cordas de um contrabaixo e reverberando o som gravado. A quarta pessoa foi o lorde japonês do efeito especial Eiji Tsuburaya, o pai do ULTRAMAN.


Em 1956 os americanos que não conseguem ver ninguém fazendo mais sucesso que eles, compraram os diretos do filme e fizeram a sua versão, chamada Godzilla, King of the Monsters. Até ai tudo bem, se não fosse o fato de eles mudarem o filme. Os americanos introduziram um personagem no meio da historia japa chamado Steve Martin, um repórter que está no Japão e relata para o United World News o ataque da lagartixa superdesenvolvida. Esse repórter foi interpretado por Raymond Burr que também é conhecido como o protagonista daquele seriado da TV chamado Pedemaisum. É Perry Mason... Na real esse Godzilla é o avô dos Power Ranges, feito pelo odioso Saban que eu amaldiçôo.


E eu quero pedir desculpas públicas para Luigi Cozzi que deve ter ficado com as orelhas muito vermelhas e espirrando sem parar por uma semana mais ou menos. Porque como eu nunca tinha visto a versão americana eu achei que tinha sido Cozzi que colocou esse esquema do repórter e também o amaldiçoei assim como o odioso Saban. Então DESCULPA Luigi Cozzi. Então qual foi o mérito de Cozzi nesse filme de 1977? Primeiramente vamos explicar quem é Luigi Cozzi.


Luigi Cozzi é um clássico italiano bonachão que já dirigiu e escreveu alguns clássicos do cinema como Hercules do Lou Ferrigno, Contamination, The Killer Must Kill Again e Paganini Horror. Se bem que o Paganini Horror não é um clássico, mas é bem legal. Ele se diz um grande fã de Godzilla e ele tentou comprar os direitos do Gorija, mas ele só conseguiu a maldita cópia americana. Só que como italiano é cabeça-dura, eles não tinham porque ir ao cinema assistir um filme preto e branco que já tinha sido visto por todos, foi ai que entrou a genialidade de Cozzi. Ele chamou Armando Valcauda e deu uma holy mission, utilizar uns géis coloridos e colocar isso no negativo do filme, quadro a quadro para deixar o filme colorido. O nome do efeito é Spectrorama 70, o efeito deixa o filme com muito brilho e que eu devo admitir que deve ter dado um trabalho fudido para fazer, mas o problema é que a cópia que chegou ao festival era do próprio Cozzi, ripado da TV italiana. Então ao invés de deixar o filme com muito brilho e colorido, acabou ficando um grande borrão com cores, mas tipo uma de cada vez. Principalmente amarelo, vermelho e verde, mas como falei um de cada vez. Também admito que o comercial de uma loja de departamento no meio do filme deu um charme especial, só que o borrão e a qualidade do TVRip comprometeram a diversão.


Outro mérito de Cozzi foi ter criado novos efeitos sonoros e trilha para o filme juntamente com Magnetic System. Foi utilizada uma coisa chamada Futursound que basicamente consistia em processar o som estereofonicamente e transformar em uma versão estérea magnética 8-tracks e transmitir em umas caixas de som com 10 metros de altura e espalhada por todo o cinema. O que realmente isso significa eu não tenho idéia, mas o que importa é que cada vez que Godzilla rugia ou caminhava o cinema tremia todo, que deve ter sido a coisa mais dukaralho da história. É claro que no Cine bancários não tinha esse efeito, então assistimos um filme borrado e estéreo.


Já que a versão americana já tinha cenas extras desse repórter, Cozzi tomou a liberdade e colocou outras cenas, mas pelo menos as deles foram legais e teriam sido muito mais se fossem introduzidas no filme original. As imagens eram do pós 2º GG, com o Japão arruinado por causa das duas bombas atômicas. São imagens de noticiários relatando a real destruição da guerra e o lastro de morte causado pela bomba H.


A história básica do Cozzilla é que uma criatura mutante pré-histórica surge do fundo do mar depois do terror nuclear e começa a destruir o Japão impiedosamente. O exercito japonês nada consegue fazer contra o poder da lagartixa gigante, até que um cientista cria um composto que consegue retirar o oxigênio da água matando qualquer coisa que fique no local e isso inclui o nosso jacaré-de-parede anabolizado. No meio de tudo isso tem o repórter Steve Martin que fornece para o mundo um relato estilo Gil Gomes do que está acontecendo na hora.


Os 90 minutos de filme foram uma experiência única que acredito que a pessoa que nunca viu o filme original ou o americano, deve ter ficado meio perdida em várias partes. Porque o borrão tomava conta e deixava a coisa confusa. Só que uma coisa é certa, quem não viu perdeu uma apresentação única do filme. Só para reforçar, DESCULPA Luigi Cozzi, mas desculpa por pensar que tu foi o único responsável por modificar o filme, mas eu não te desculpo por ter me contato antes da sessão que tinha super efeito do terremoto e que eu não ia sentir. E o pior é que paguei para assistir um borrão de um TVRip que não tremia... mas foi bacana.


Bom, vamos às notas:


Diversão
2
Tosquice
3
Trama / História
1

quinta-feira, 23 de maio de 2013

IX FANTASPOA - Premutos


Premutos

Admito que eu estou tendo alguma dificuldade em escrever esse review porque o filme é muito doido, mas vamos na manha do ganso. Esse filme alemão foi lançado em 1997 e teve o roteiro e direção Olaf Ittenbach que tem em seu currículo algumas coisas interessantes como The Burning Moon, Legion of the Dead, Evil Rising, Beyond the Limits, Legendo of Hell e outras coisas no gênero. Além de roteirista e diretor, Olaf ainda atua em alguns dos seus filmes e esse aqui foi um deles e porque eu não fiquei surpreso. No resto do elenco temos Fidelis Atuma, Heiko Bender (Mutation 3, Angel of Death 2), Anke Fabre, Ingrid Fischer, Ronald Fuhrmann (The Burning Moon), Susanne Grüter, Heike Münstermann, Christopher Stacey (Legion of the Dead), André Stryi (Beyond the Limits) e Ella Wellmann. Depois de muita procura para saber o valor do orçamento do filme e nada encontrar, eu presumo que o filme até que deve ter saído meio caro, pois a quantidade de sangue e pedaços de braço que aparecem ao longo do filme é incrível. Sem falar nos efeitos especial extra vagabundos que de vez em quando surgem na tela.


No inicio do filme temos a história de Premutos, o primeiro anjo caído. Ele foi banido do céu por Deus antes do próprio Lúcifer, só que diferente do Anjo de Luz que fez a sua casinha no inferno, Premutos quer dominar a terra e escravizar os humanos, trazendo pragas e morte para toda a humanidade. Ele tem ao seu lado um exército de mortos vivos que fariam qualquer coisa para agradar o seu mestre, mas o problema que a única pessoa que pode trazer Premutos de volta é o seu filho, que de tempos em tempos vem para a terra preparar o terreno para o papai, só que normalmente as coisas não são tão fáceis para o grande Premutos. Em sua primeira tentativa de voltar que é mostrada na tela foi na Índia em 1023, mas alguma coisa acontece e ele não consegue voltar.


Agora eu não sei se realmente aconteceu alguma coisa, já que o filme é um VHSRip. Talvez por isso não deu para entender o que aconteceu, mas o que importa é que logo depois estamos em 1942 tem uma multidão enfurecida tentado matar um gordinho bigodudo que aparentemente rouba uns presuntos do cemitério local. Por algum motivo desconhecido essa multidão vai até um lugar onde tem uns zumbis e depois de acabar com todos eles vão e acabam com o gorducho que acabou de enterrar um livro que depois vai ser muito importante para a história. Se bem que “muito importante” acho que foi forçar um pouco, digamos que o livro é um bom pretexto para um banho de sangue futuro.


Depois vamos para a Alemanha atual e temos na história Mathias, um adolescente qualquer se não fosse por um pequeno fato que vocês que não viram o filme já sabem, não é mesmo? Ele mora com a mãe, o padrasto e com a irmã que eu acho que é um travesti, mas isso pode ser apenas a péssima qualidade do VHSRip. O padrasto de Mathias é um ex-militar que acha que todos são soldados e que devem ter disciplina militar em suas vidas. É claro que ele é também um grande colecionador de armas que já deve ter ficado claro qual será o propósito desse arsenal.


Mathias sofre de uma síndrome, que quando ele toma uma porrada no saco ele tem um flashback de uma vida passada, que vai de 1293, passando por Cristo e indo para alguns lugares e datas desconhecidas, mas que tudo tem uma boa explicação. Tá bom, acho que “boa” não é um bom adjetivo, talvez só uma explicação fosse melhor. Depois de um desses flashbacks o padrasto de Mathias, que por sinal está de aniversário, está no seu quintal cavando uns buracos e acaba encontrando o livro que o gorducho bigodudo escondeu em 1942 e casualmente é um livro sobre o grande Premutos.


Para completar a festa de aniversário do padrasto de Mathias, temos um casal que é amigo da mãe de Mathias, uma arqueóloga/historiadora que acaba de voltar do Egito, um Negão com um blazer de mangas arregaçadas e bebum, juntamente com a irmã de Mathias que levou o seu namorado. Importante falar que o homem do casal de amigos foi namorado da arqueóloga, que deixou ele para ir estudar no Egito, mas nunca esqueceu o seu grande amor. Agora é só ligar os pontos e ver como fica o desenho.


Uma coisa muito especial sobre o filme é que ele foi dublado em inglês e eu tenho certeza que toda a dublagem foi feita por uma única pessoa, porque é muito ridículo. Tem horas que têm uns três personagens conversando e não da para saber quem está falando, porque o áudio de uma voz qualquer e a imagem mostra outra pessoa que está com a boca fechada e quando ele abre a boca e a cena muda para outra pessoa e assim vai o tempo todo. A voz das mulheres me lembrou de quando o Costinha contava as piadas de bixinha ou de travesti nos programas humorísticos, simplesmente cômico. E como é uma pessoa que faz tudo, as vozes se repetem muito e acaba complicando o bom entendimento da trama.


Outra sequência que sou obrigado a comentar é quando os zumbis atacam durante a festa de aniversário do padrasto de Mathias. O pessoal vai para o porão, que convenientemente é o mesmo local onde fica o arsenal do ex-militar e coisa vai num banho de sangue que me fez lembrar a épica cena do Brain Dead, onde o nosso herói usa um cortador de grama para destruir uma horda de zumbis. A diferença aqui é que trocamos um cortador de grama por armas, muitas armas. Tem um momento que chaga a cansar, porque são aproximadamente 20 minutos de troca de armas e sangue esguichando.


O filme é divertido e confuso, com várias transições temporais que desafiam a lógica e o bom senso, mas garanto que durante os seus 106 minutos serão inesquecíveis. Temos demônios, zumbis, peitos de fora, Jesus Cristo e um tanque... não tinha como dar errado. Isso mesmo, um TANQUE. Os caras meteram um tanque no porão, e isso foi de trincar os ovos. Simplesmente inacreditável. Um filme obrigatório para quem gosta de um bom trash 80tista.


Bom, vamos às notas:

Diversão
3
Tosquice
5
Trama / História
2


terça-feira, 21 de maio de 2013

IX FANTASPOA - A Força dos Sentidos


A Força dos Sentidos

Meu irmão Marcelo falou que o filme tem esse nome porque tu tens que fazer muita força para ele fazer sentido e até que ele está certo. O filme foi lançado em 1979 e teve a direção de Jean Garrett, um Português naturalizado Brazuka que no inicio de sua carreira começou fazendo fotonovelas e ajudando Mojica (Zé do Caixão) em seus filmes e curtas-metragens e só isso já fala muito do cara. Jean dirigiu também algumas pérolas da boca do lixo como Gozo Alucinante, O Fotógrafo, O Beijo da Mulher Piranha e Fuk Fuk à Brasileira que com um nome desses não tem como ser ruim. No roteiro juntamente com Jean, temos Mário de Vaz Filho que vai na mesma linha de Jean e tem títulos impressionantes como Viciado em C... e Viciado em C... II, Oh! Rebuceteio e daí para frente. No elenco temos Benjamin Cattan (Araponga, Os Trapalhões na Terra dos Monstros), Francinette Costa (O Homem Proibido, Império das Taras), Lia Farrel (Oh! Rebuceteio, Exercícios Eróticos), Emil Grigoletto (A Reencarnação do Sexo, Orgias das Libertinas), Elizabeth Hartmann (Curral das Mulheres, Dona Flor e Seus Dois Maridos), Ana Maria Kreisler (Prazeres Permitidos, Sexo às Avessas), Paulo Ramos (Pecado Horizontal, Os Trapalhões na Serra Pelada), Mii Saki (...E a Vaca Foi Para o Brajo, A Virgem e o Bem-Dotado), Eddio Smanio (A Freira e a Tortura, No Tempo dos Trogloditas) e Aldine Muller a grande Dona Flor da Escolinha do Professor Raimundo. Agora convenhamos, com esses nomes de filmes que esse povo participou esse aqui não tem como ser ruim né?


A história se passa em uma ilha e no inicio temos um corpo de um homem pelado que está boiando no mar e uma mulher corre para ver se o cara está vivo, o que aparentemente não está. Então os moradores da ilha tiram o presunto da água e levam para o pescador local, que vai colocar o morto na canoa e vai lançá-lo novamente ao mar. O que também aparentemente não tem muita utilidade, porque o presunto volta na próxima noite, pelo menos é o que nos conta o narrador.


Agora está na hora de conhecer esse narrador, que se chama Flavio. Ele é um escritor que alugou uma casa em uma ilha, onde mora meia dúzia de pessoas. Nesse lugar paradisíaco nosso herói acha que vai se inspirar para escrever o seu próximo livro e mal sabe ele que é exatamente o que vai acontecer. Os moradores da ilha são: Um tiozinho gordo em uma cadeira de rodas e junto com ele uma japonesa que é sua enfermeira, um casal onde o homem é parente dos fundadores do vilarejo, uma tiazinha que mora com sua sobrinha, outra tiazinha que mora com o seu marido bebum e o pescador local que tem uma moça que mora com ele e essa moça é que é o esquema.


O nome dela é Pérola e esse nome foi dado porque o pescador local a achou no mar e como ele diz que uma pérola é um presente do mar, ele batizou a moça com esse nome. Mas espera só um pouco, a moça não tinha nome antes? Ai é que está o mistério... a moça é surda-muda e acho que telepata, mas isso é uma opinião minha. O importante é que Flávio desenvolveu uma tara pela telepata e esse é um dos motivos que faz com que ele fique na ilha, tirando o fato de ter alugado a casa por dois meses.


Durante o dia todos são altamente simpáticos e prestativos com o escritor e a primeira a mostrar a hospitalidade local é a tiazinha que mora com o marido bebum. Na noite nosso herói passa na casa da tiazinha para tomar um Natu e uma coisa leva a outra, logo que os dois começam a fazer bobiça. Até ai tudo na maior normalidade e previsibilidade, até que na manhã seguinte o escritor da uma letra para a tiazinha e ela se faz. Então ele diz: vai me dizer que tu não se lembras do nosso encontro ontem?” e a tiazinha na maior cara de pau diz que foi para a cama dormir com o marido.


Tudo bem então, porque isso deve acontecer muito com escritores em ilhas paradisíacas, mas o problema é que na próxima noite o fato acontece novamente, só que agora a vitima é a tiazinha que mora com a sobrinha e é claro que no outro dia ela também não se lembra de nada. O bom é que agora o escritor tem mais umas quatro mulheres para descobri o que está acontecendo e resolver o mistério da falta de memória e de resolver a sua obsessão pela telepata.


A melhor classificação que eu posso dar para esse filme seria um pornô-thriller-espirita, porque o esquema é uma viagem. Admito que em uma parte que o escritor acorda peladão em umas pedras na beira da praia e com um guaipeca do lado, achei que até o pobre cãozinho tinha passado na lista do escritor taradão, mas eu quero acreditar que não. Outra coisa muito especial foi que a cópia que foi exibida, era um VHSRip brabo que deu um charme extra para o filme. E depois de todos os 100 minutos de pura loucura e putaria o filme acaba com uma citação do Lovecraft: "That is not dead which can eternal lie, And with strange aeons even death may die" e daí os meus butiás saíram rolando.


Infelizmente não existe trailer de desse filme e possivelmente em pouco tempo não vai nem mais existir esse filme, porque a cópia que passou foi emprestado pelo produtor Claudio Cunha e quem pediu emprestado foi a pessoa que tinha emprestado para o próprio Claudio o filme anteriormente, então podemos dizer que é um filme em extinção.

Bom, vamos às notas:

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Tosquice
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Trama / História
2

terça-feira, 14 de maio de 2013

IX FANTASPOA - Cru + Pequena Fábula Urbana


Cru


Nosso filme da vez foi lançado em 2011 e teve o roteiro e direção de Jimi Figueiredo que teve a sua estreia em longas-metragens. Antes desse filme ele fez alguns curtas como Superfície, Paralelas, Quase de Verdade e Pequena Fábula Urbana que inclusive passou antes do filme e que vou fazer um review bônus no final. No elenco temos Chico Sant’Anna (Simples Mortais, Subterrâneos), Sérgio Sartorio (Simples Mortais), André Reis (A Noite por Testemunha), Rosana Viegas (Billy Pig), Juliana Drummond, Pedro Moraes e André Deca. Cru é baseado em uma premiada peça de Alexandre Ribondi que também dirigiu e atuou em A Última Vida de um Gato, As Invejosas, Solitário e Barato entre outras várias.


Na história temos Zé (Chico), um misterioso senhor que está chegando em um pacato e interiorano vilarejo que fica onde Lúcifer perdeu o tridente. Nesse vilarejo ele vai até o açougue local e se senta em uma mesa, só que a dona do açougue não se aguenta de curiosidade e começa a puxar papo com o tiozinho. A dona do chique estabelecimento é Frutinha (André), um travesti que com toda educação e boa vontade tenta arrancar alguma informação de Zé, que se mantém firme no que diz respeito a ser misterioso. A única coisa que Frutinha consegue descobrir é que Zé está esperado alguém para fechar um negócio.


Esse alguém é Cunha (Sergio) que na realidade é um matador de aluguel e está lá porque o tiozinho quer contratar os serviços semi profissionais de jagunço pistoleiro do cabra-da-peste. Eles passam uns 30 minutos do filme discutindo sobre como é que o alvo do tio Zé deve morrer e como o tiozinho está pagando e muito bem pago, a coisa vai ser mais ou menos o seguinte: dez da noite, no hotel, quarto 22, tiro na testa, mas só depois de olhar bem nos olhos do alvo. Zé até faz Cunha prometer que só pode matar depois de olhar bem nos olhos do futuro presunto e que Cunha perceba que o futuro presunto saiba o porquê ele está morrendo, mesmo não contando nada para o futuro morto. Sinistro...


Enquanto tudo isso vai rolando no açougue, tem duas mulheres que vão conversando no tal hotel. Eu realmente entendo que essa parte é essencial da trama, mas o problema é que ela corta o clima do açougue. A ideia é que passam uns 10 minutos no açougue e ai passam mais uns 10 minutos no hotel e as duas mulher conversando alguma coisa, até que uma delas aparece em um quarto com o olho roxo e com a boca estourada. Ela apanhou do seu marido e quase apanhou depois da outra mulher, porque a que apanhou falou bem do marido da outra, só que a outra teve um ataque psicótico de ciúmes. Vai entender as mulheres.


Como está tudo organizado e o alvo já foi estabelecido pelo seu Zé o que resta para Cunha é comer um pouco antes de ele ir para o seu serviço. Claro que não podemos nos esquecer de uma boa bebida durante esse lanche e qual poderia ser a melhor opção nesse momento? Uma boa pinga. Agora com o bucho cheio, Cunha vai ficar de tocaia no hotel para esperar às 22 horas e dar uns pipocos no cara que está no quarto 22.


A fotografia do filme é um show aparte, achei linda e vibrante. Os diálogos que acontecem no açougue também são incrivelmente bons e divertidos, principalmente a discussão sobre o nosso ex-presidente o Molusco Marinho que teria todo o direito de beber umas pingas a hora que ele quisesse, já que ele é o homem e tem que aturar um monte de merda, ele pode beber pinga. Se essa fosse a lógica o Brasil seria o pais com o maior índice de consumo alcoólico da galáxia. O maior problema que achei foi à quebra do ritmo do açougue para o hotel. No açougue muito bom e no hotel fica muito chato e arrastado. Tirando isso o filme é muito bom e com um ótimo final, fazendo os seus 73 minutos com toda a parte arrastada ser uma ótima pedida. Como eu sempre falo: um filme nacional que não é uma pornochanchada, nem um filme político nem algo sobre a pobreza do nordeste já é uma vitória.


Agora quando aparece dentro do açougue uma maquina de pinball do Cavaleiro Negro, escorreu uma lágrima... muita grana gastei nessa porra de maquina e o pior é que nunca aprendi a jogar pinball direito.


Bom, vamos às notas:

Diversão
3
Tosquice
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Trama / História
3



Pequena Fábula Urbana


Esse envolvente curta-metragem foi lançado em 2008 e também teve o roteiro e direção de Jimi Figueiredo. No elenco temos Catarina Accioly, Sérgio Sartório, William Ferreira e Ana Paula Braga.


A trama conta a história de Renata, uma mulher casada com um tiozinho que recebe a notícia que um casal de amigos está morando novamente na sua cidade e que o tiozinho combinou com esse casal um jobinho na noite. Logo depois que o tiozinho sai para o trabalho, Renata vai até a garagem e abre um baú, onde tem algumas fotos e recordações de seu passado. Dentro do baú também tem uma caixinha, tipo de musica, com o seu coração. Isso mesmo, o coração que ela retirou do seu peito antigamente. Só que por algum motivo ele resolve colocá-lo novamente e dar mais uma chance para o que está por vir.

Os 12 minutos do curta-metragem são envolventes e tem uma narração bem interessante, com duas pessoas comentando algumas sensações que Renata vai tendo ao longo do seu dia. Admito que quando a moça pega a caixinha e puxa um coração eu fiquei meio surpreso e é bem sinistro. Eu achei o curta na integra e vou colocá-lo abaixo para que quiser dar uma olha.


Bom, vamos às notas:

Diversão
2
Tosquice
0
Trama / História
3

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Estrela Radiante


Estrela Radiante


É de 2013 o novo e fantástico trabalho da linda Fabiana Servilha. Ela também dirigiu e roteirizou outro curta-metragem que já apareceu aqui no Review Maluco, com o nome de Vontade. Ele foi exibido no festival organizado pelo Cristian Vernardi, A Vingança do Filme B. No elenco do Estrela Radiante temos André Ceccato, Fábio Neppo, Valdano Souza e participação especial de Débora Muniz.

Na trama temos um homem simples que mora no interior do interior de uma cidadezinha, onde o seu hobby é concertar coisas estragadas, como rádio e abajur. Sua vida muda completamente quando ele presencia uma estrela esverdeada cair muito próximo de onde ele mora e quando ele vai investigar o fato, ele se depara com algo que nunca tinha imaginado. Para a sua sorte um amigo está disposta á ajudá-lo mesmo a cidade sendo contra. É claro que a ajuda não vai ser nada ortodoxa, mas o que importa é resolver o problema e rer uma boa história para contar depois.


Eu sou suspeito para falar, mas achei o curta fantástico. Ainda mais que achei meio inspirado em A Cor que Veio do Espaço do H.P. Lovecraft mesmo não tendo a confirmação da Fabiana sobre isso. O show de interpretação de André, Fábio e Valdano e a extrema competência da direção de Fabiana fazem com que os 25 minutos do curta-metragem passem num piscar e isso faz com que tu queiras assistir novamente. Eu sei que a maioria do pessoal entendido até pode dizer “mas 25 minutos é muito tempo para um curta e blá blá blá”, mas sinceramente, para o inferno com esse chatos. O curta vale cada segundo que passa.


Eu sei também que esse projeto na realidade foi o TCC de Fabiana na graduação da Academia Internacional de Cinema e que agora o diploma tá na mão. E por falar em na mão, quem quiser conferir esse maravilhoso curta na integra, ele vai passar em Porto Alegre no dia 12 de Maio às 18 horas no Estúdio Hybrido. O local é na Rua General Vasco Alves nº 361, que fica pelos lados do Gasômetro. Se bem que é mais perto da Câmera Municipal e do Chocolatão do que qualquer coisa, mas isso é só olhar no Deus Google que os mistérios serão resolvidos. 


É bom aparecerem um pouco mais cedo para pegar lugar porque a coisa vai ser boa e se você não aparecer é bom ter uma boa desculpa, de morte trágica para cima. Pois é uma grande oportunidade de assistir essa obra e conhecer a linda Fabiana Servilha que vai estar junto no evento. Segue o link do evento


Bom, vamos às notas:

Diversão
4
Tosquice
0
Trama / História
3

terça-feira, 7 de maio de 2013

IX FANTASPOA - Mar Negro


Mar Negro

Tive um ótimo inicio de FANTASPOA, pois tive a oportunidade de assistir essa obra prima do cinema independente nacional. Mar Morto foi Lançado agora em 2013 no FANTASPOA e encerra a trilogia do diretor e roteirista Rodrigo Aragão. Só para constar, os outros dois filmes são Mangue Negro que ainda não postei o review aqui e A Noite do Chupacabras que já apareceu no Review Maluco. Eu queria poder colocar o nome de todos que participaram do filme, mas ai ia ficar muito extenso o review, porque esse é um daqueles filmes que merece. No elenco ficamos Tiago Ferrir, Kika Oliveira, Mayra Alarcón, Carol Aragão, Markus Konká, Giovanni Coio, Marcelo Castanheira, Petter Baiestorf, Cesar “Coffin” Souza,Mariana Zani, Giselle Ferran, Gurcius Gewdner, Joel Caetano, Tamara Alarcón, Milena Bessa, Ianara Alarcón e mais várias pessoas altamente talentosas. Só que eu tenho que dar destaque para duas pessoas. A primeira é Walderrama dos Santos que fez um ótimo papel como Albino que logo descreverei melhor. O outro foi o meu amigo Cristian Verardi que faz um pitoresco travesti. Se não me engano o filme foi feito com 200 mil reais, para ter uma noção com esse dinheiro não da para sustentar um senador no Brasil. Agora o que vocês preferem? Sustentar um senador ou ter um filme dessas por ano?


Rodrigo contou que o filme só foi possível por causa do apoio de todas as pessoas envolvidas. Ele conta que no inicio convidou uma galera para fazer o filme e quando botou na ponta do lápis, viu que não ia dar. Então Rodrigo desconvidou todos e falou que não tinha como fazer o filme. Só que o pessoal de fé é muito foda e os malucos aparecerem para filmar, sem receber um centavo e custeando a própria viagem. Para ter uma ideia apareceu gente da Costa Rica e do México. Esse é o espírito do pessoal underground. A primeira frase do filme é “Esse é um filme Comunitário” e Rodrigo falou que se não fosse por esses amigos o filme não teria saído.


No inicio da história temos Peroá e Cavalo Cansado, dois pescadores que estão tentando tirar o seu sustento do mar. Depois de pescar poucos peixes, uma arraia, um toca disco e mais umas tranqueiras, eles acabam pescando um peixe gigante. Cavalo Cansado acha que é uma sereia e Peroá acha que é um peixe-morcego gigante. O fato é que a coisa não é de Jesus e acaba atacando Peroá, deixando uma dentada no braço do pobre pescador. Como a fama de pescador é de ser um cara mentiroso, Peroá proíbe Cavalo Cansado de contar a verdade para os morados do pacato vilarejo.


Peroá vai para casa consertar a rede que o peixe-morcego gigante destruiu enquanto Cavalo Cansado vai para o buteco de Seu Otto para vender a arraia que conseguiram na pescaria. No buteco conhecemos Albino, um cara muito estranho que é completamente apaixonado pela mulher de Peroá. Ele possui também um livro com desenhos macabros e com uns rabiscos sinistros que ele encontrou no meio da mata junto com uns corpos. O importante é que o Seu Otto manda Albino ir para rua limpar a arraia e no meio do processo o amor de sua vida aparece e faz com que ele se esqueça da arraia. Só que o Seu Otto fica brabo que o matuto está cabulando o trabalho e manda Albino voltar imediatamente para a rua e acabar de limpar a arraia, mas para a surpresa de Albino a arraia sumiu.


Depois de comprar uma carne de barril no Seu Otto, a mulher de Peroá volta ao lar doce lar para cuidar do seu marido que tem um rasgo no braço e para alimentar a sua filha e o filho do seu marido. O velho pescado não está se sentindo muito bem e depois de tentar consertar a rede e receber os primeiro socorros de sua esposa, ele vai para o berço dar uma descansada.


Enquanto isso a única coisa que se comenta no vilarejo é a inauguração do Cabaré local. Como a família de Peroá está precisando de dinheiro, a mulher cai trabalhar no Cabaré como auxiliar de cozinha deixa as duas crianças aos cuidados do velho pescador. O problema é que o inevitável aconteceu. A ferida do pescador ficou muito feia e ele acabou se tornando em um zumbi atacando as crianças. De volta à cozinha do puteiro, as mulheres começam a preparam uns peixes que casualmente foram os que Peroá trouxe da noite em que ele foi mordido pela sereia-morcego gigante.


Eu sei que Rodrigo falou que o filme não é para ser sério, mas até aqui ele é sério, mas desse ponto do filme para frente à coisa vai ladeira abaixo. Temos um vereador amarrado na cama com uma menina de chicote enquanto a outra come o peixe macabro. Temos também um grupo de musica internacional que fala em miguelito, onde o segurança deles é o cover do Danny Trejo com um machete na mão. Seguindo a tendência temos o travesti que é dono do lugar e que fica babando no ovo da cantora de bolero, só que quando um bando de zumbi entra em cena a coisa vira islâmica. O travecão puxa uma metraca do armário e senta bala em todos os zumbis que aparecem. O esquema agora é só um, sobreviver a qualquer preço e fugir da mancha negra que se aproxima do litoral.


Tem duas frases que eu tenho que comentar, já que eu quase morri de tanto rir. Um pessoal no buteco do Seu Otto em uma discussão filosófica sobre o perigo da pesca e Cavalo Cansado solta: “Quem não tem cú, não faz contrato com pika”... muito profundo. A outra frase foi dita pelo Vereador quando ele está deitado na cama com as duas meninas prestadoras de serviços sexuais: “Isso é que bom, um champagne vagabunda e uma mulher mais vagabunda ainda”. Acredito que teve pessoas que se viram na tela nesse momento. E o momento Necronomicon do filme, dessa vez ficou nas mãos de Walderrama que teve a honra de proferir as palavras “Klaatu Barada Nikto”.


O filme é muito bom, muito divertido e com uma quantidade pornográfica de sangue que faria os filmes hollywoodianos parecerem um mero cortezinho no dedo. Os 100 minutos de filmes são fantásticos e com um humor bem característico. Tipo o Petter olha o vereador (Cesar) amarrado na cama e vai até a beira e baixa as calças, então o travecão (Cristian) diz “o que tu tá fazendo?” e Petter responde “vou fazer a mesma coisa que o vereador faz com o povo, eu vou fude o cú do vereador”. Hahahahaha. Mais uma vez meus parabéns para Rodrigo e toda a equipe da Fabulas Negras e para todas as pessoas que fizerem essa obra prima se tornar realidade.


Bom, vamos às notas:

Diversão
5
Tosquice
5
Trama / História
3